“Para os seus verdadeiros torcedores, o que vale é o caráter superior que inspirou a sua fundação e que está presente na alma de cada banguense.”

domingo, 17 de julho de 2016

Moacir Bueno, o segundo maior artilheiro do Bangu AC em toda a sua história, faria 92 anos hoje.

Fosse vivo Moacir Bueno e hoje estaria completando 92 anos de idade. O segundo maior artilheiro do Bangu, em toda a sua história, com 184 gols assinalados, nasceu no dia 17 de julho de 1924 e começou sua carreira nos juvenis do alvirrubro em 1941. Em 1942 estreou pela equipe principal. Foi a quinto jogador que mais atuou com a venerável camisa alvirrubra. Foram 361 partidas, com uma média um pouco superior a 1 gol a cada 2 jogos; números expressivos para um jogador de uma equipe de porte médio (porém grande em sua história) como o Bangu AC.

Em “O Livro dos Craques” de Carlos Molinari, o capítulo dedicado à letra “M” é aberto com o craque Mário José dos Reis Emiliano, o nosso querido Marinho, que tanto nos deu alegrias na década de oitenta. Mas não estaria errado o Molinari se iniciasse esse capítulo com Moacir Bueno, que, por quase 17 anos, tantas alegrias deu aos torcedores do Bangu AC, único Clube que atuou por toda sua carreira.

Moacir Bueno, o segundo maior artilheiro do Bangu AC.

A Carreira de Moacir Bueno no Bangu, entre os anos de 1942 e 1959, pode ser dividida em duas etapas, totalmente distintas uma da outra.

Ataque de ouro do Bangu AC, na década de 50.
Menezes, Zizinho, Joel, Moacir Bueno e Nívio Gabrich.

A primeira inicia-se em 1942, quando estreou nos profissionais, dois dias após ter completado 18 anos, em uma partida na qual o Bangu foi derrotado pelo Madureira por 1 x 0, partida pelo Campeonato Carioca daquele ano, disputada no Estádio da Rua Conselheiro Galvão.

Time do Bangu AC, primeiro campeão no Maracanã.
Campeão do Torneio Início de 1950.
Moacir Bueno é o último, à direita, agachado
Moacir Bueno jogou pela Seleção Carioca que foi derrotada pela Seleçao Paulista por 3 x 1, na Inauguração do Estádio Municipal do Maracanã. Os cariocas atuaram com Ernani - depois Luiz Borracha (Bangu), Laerte e Vilson; Mirim (Bangu), Irani (Bangu) - depois Dimas e Sula (Bangu); Aloisio, Didi - depois Alcino (Bangu), Cilas - depois Ipojucam, Carlyle - depois Simões (Bangu) e Esquerdinha - depois Moacir Bueno (Bangu). Como podemos observar, dos 17 jogadores que atuaram nesse jogo, 7 pertenciam ao time principal do Bangu AC, uma demonstração que o alvirrubro era uma força no futebol carioca e brasileiro.

Estádio Municipal do Maracanã no dia do jogo inaugural.
Ainda podem ser vista as estruturas de sustentação da cobertura circular.

A segunda se inicia em 1957, quando e Patrono do Bangu, o Dr. Silveirinha o viu jogando pela equipe dos Veteranos da Fábrica Bangu e sugeriu sua volta ao elenco do Bangu AC. A sugestão foi aceita e no dia 22 de setembro, em um amistoso na cidade mineira de Juiz de Fora, no qual o Bangu goleou o Sport Club Juiz de Fora por 5 x 0, Moacir Bueno voltou a vestir a honorável camisa alvirrubra, entrando no decorrer da partida, substituindo o atacante Mário da Paixão Mendes – Mário. Em 1957, voltou a atuar no último jogo do Campeonato Carioca, no dia 19 de dezembro, quando o Bangu empatou com o Flamengo em 0 x 0, no Campo do Botafogo, em General Severiano. Nessa parida jogou os noventa minutos.

Em 1958 Moacir Bueno disputou 20 partidas, marcando 8 gols. Foram 14 partidas amistosas, 2 pelo Torneio João Teixeira Carvalho, 1 pelo Torneio Início e 3 pelo Campeonato Carioca. Cabe observar que nas três excursões internacionais que o Bangu pez em 1958, Moacir Bueno não atuou em qualquer partida.No quadro abaixo estão relacionados todos os jogos de Moacir Bueno em 1958.


Em 1959 o veterano atacante banguense atuou em somente 3 partidas e mão marcou nenhum gol. 

O Bangu começou o último ano da década de 50 com a tradicional excursão internacional. De início na Costa Rica e depois na Colômbia, foram 10 jogos e Moacir Bueno não atuou em nenhum deles. Voltando ao Rio de Janeiro em 1º de fevereiro, voltou a excursionar no início de março de 1959 pelo Brasil, começando por Minas Geras e depois indo para o Nordeste, depois para o Norte e depois retornando pelo Nordeste. Foram 20 partidas, das quais o atacante banguense só participou de 3, na fase do Norte do país. No quadro abaixo estão relacionados todos os jogos de Moacir Bueno em 1959.


Na segunda fase de Moacir Bueno no Bangu, que começou em 22 de setembro de 1957 (Bangu AC 5 x 0 SC Juiz de Fora) e terminou em 2 de abril de 1959 (Bangu AC 5 x 2 Paysandu SC), o atacante atuou em 25 partidas e assinalou 8 gols.

Voltando ao Rio de Janeiro, Moacir Bueno encerrou a sua carreira de jogador de futebol, aos 34 anos de idade.

Eu assisti a uma partida de Moacir Bueno, quando era ainda menino. Foi um jogo contra o Flamengo no Maracanã. Tudo leva a crer que tenha sido aquele empate contra o Flamengo, no dia 21 de outubro de 1958. Mas sinceramente não tenho certeza. Mas lembro-me de que alguém apontava para o gramado, quando um certo mulato pegava na bola, e dizia: Aquele ali é o Moacir Bueno, ele já foi o grande artilheiro do Bangu; fazia muitos gols, era um cracaço.

Títulos de Moacir Bueno como jogador do Bangu AC:

Torneio Quadrangular Internacional da Costa Rica: 1959
Torneio Triangular Internacional de Luxemburgo: 1958
Torneio Quadrangular Internacional da Venezuela: 1958
Torneio Triangular de Porto Alegre: 1957
Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro: 1957
Torneio Triangular Internacional do Equador: 1957
Torneio Início do Rio de Janeiro: 1950, 1955
Torneio Início do Rio-São Paulo: 1951
Torneio da Imprensa: 1943

Ainda em 1959 iniciou a carreira de técnico, treinando os juvenis do Bangu. Nos 1960, 1963, 1964 e 1970 treinou interinamente a equipe principal do Bango, trabalho que exercia de forma concomitante com o treinamento da equipe de juvenis. Também foi técnico do Campo Grande (Rio de Janeiro - RJ), do Olympico (Manaus - AM), do Tiradentes (Terezina - PI), do Sampaio Corrêa (São Luiz - MA) e do Serrano (Porto Seguro - BA).

Já apresentando sinais de uma grave doença, voltou a morar no Rio de Janeiro, em uma casa de Bangu que o Dr. Silverinha o havia presenteado no tempo dos grandes gols pelo Bangu. Segundo algumas testemunhas ainda viva, o ex craque já tomado pelo mal de alzheimer, perambulava pelas ruas do bairro, se apresentando como ex jogador do Bangu que inaugurou o Maracanã; mostrava fotos do seu tempo de jogador e pedia algum dinheiro. 

O inesquecível artilheiro banguense faleceu aos 80 anos, em 31 de dezembro de 2004.

Fonte: Bangu.NET / Wikpédia / Cais da memória.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Página do Bangu no Álbum de Figurinhas "Picando o Couro", editado em 1952 pela Fábrica de Balas José Innocente (SP)

Rafanelli (nº 80) e Zizinho (nº 87), figurinhas carimbadas na página do Bangu no Álbum "Picando o Couro".

<Clique na imagem para ver com maior nitidez.>

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Há 65 anos o Bangu empatava com o Peñarol em Montevideo

Há exatos 65 anos, em um domingo, 1º de julho de 1951, o Bangu disputava uma partida amistosa internacional, jogando contra o Peñarol do Uruguai, no Estádio Centenário, diante de 22.619 espectadores.

O Bangu tinha formado um forte time para a temporada de 1951. Na inauguração dos refletores do Maracanã, no dia 30 de janeiro desse ano, conquistou o título de Campeão do Torneio Início do Rio - São Paulo. Depois, formando um combinado com o São Paulo FC, participou de uma vitoriosa excursão de 13 jogos pela Europa, com 9 vitórias, 2 empates e somente 2 derrotas

Findo o Torneio Municipal, o Bangu embarcou para Curitiba, onde no dia 24 de junho jogou e empatou com o Coritiba FC, por 2 x 2. De Curitiba a delegação banguense seguiu para o Uruguai para disputar 2 partidas conta o CA Peñarol. O primeiro jogo, no Estádio Centenário de Montevideo terminou empatado em 2 x 2.



O Estádio Centenário de Montevideo, palco do jogo Peñarol 2 x 2 Bangu.
Seu nome homenageia os 100 anos da primeira Constituição Uruguaia.
É considerado um Monumento ao Futebol Mundial.
Foi eleito Patrimônio Cultural da Humanidade.

O Peñarol, atual campeão uruguaio, tinha como atração o lendário Ghiggia (Alcides Edgardo Ghiggia), aquele mesmo que calou o Maracanã em 1951, e o Bangu, além do grande Zizinho, tinha como seu capitão o zagueiro argentino Rafanelli (Ramon Roque Rafanelli), que disputou, entre 1949 e 1953, 122 partidas pelo alvirrubro e nunca foi expulso.


Ghiggia, o homem que calou o Maracanã em 1950.

O capitão banguense Rafanelli.

Logo no início da partida, aos 5 minutos de jogo, Vidal abriu o marcador para os aurinegros uruguaios. Teixeirinha empatou para o Bangu faltando 5 minutos para encerrar o primeiro tempo. Na segunda etapa o carrasco Ghiggia colocou os carboneros na frente do placar, aos 8 minutos. Mas menos de 10 minutos depois, Joel empatou para o Bangu, permanecendo a partida em 2 x 2 até o seu final.

O Bangu jogou e empatou com a seguinte formação:  Pedrinho, Rafanelli, Mendonça, Mirim, Pinguela e Djalma; Moacir Bueno, Zizinho, Joel, Teixeirinha e Nívio. O técnico era o também uruguaio Ondino Viera.

No domingo seguinte, dia 8 de julho, o Bangu, com seus jogadores em péssimo estado físico devido à violência uruguaia no primeiro jogo, foi derrotado pelo mesmo Peñarol por 2 x 0.

Fontes: Bangu.NET / Wikipédia / LIVROZILLA