“Para os seus verdadeiros torcedores, o que vale é o caráter superior que inspirou a sua fundação e que está presente na alma de cada banguense.”

sábado, 25 de junho de 2016

Há 60 anos, 3 craques do Bangu disputavam uma partida oficial pela Seleção Brasileira, no Maracanã

Somente aqueles desprovidos de qualquer visão, podem gritar por aí que “o passado não interessa”, que “o que realmente importa é o que acontece agora”, que “o torcedor banguense vive somente de lembranças do passado” e outras coisas com a mesma conotação. No entanto o que eles esquecem, por lhes faltar uma mais ampla visão das coisas, é que quando divulgamos os feitos do Bangu Atlético Clube no passado, não o fazemos com o viés do saudosismo barato, senão para demonstrar que a marca BANGU, no futebol, já teve sua força e que o fato de “hoje vivemos em outros tempos” não anula as possibilidades de que essa força seja readquirida. Ao contrário, hoje as ferramentas tecnológicas, os sistemas organizacionais e a legislação relativas ao futebol, permitem que um clube atuante nesse esporte, principalmente os que têm forte tradição, serem fortes e prósperos.

Se quiserem um bom exemplo, temos a Associação Chapecoense de Futebol, clube do interior de Santa Catarina que hoje está na primeira divisão do futebol brasileiro. O clube catarinense, tendo somente pouco mais de 43 anos de existência, já é uma realidade dentro do futebol brasileiro e caminha a passos largos para se tornar uma força exponencial no nosso futebol. Com muito trabalho, empreendedorismo, disciplina e um excelente sistema organizacional, a Chape, como é chamada pelos seus torcedores, pode ser orgulhar de possuir uma Infraestrutura de excelência. 

A Arena Índio Condá, cuja conclusão das fases de construção previstas ocorreu em abril de 2014, é um excelente e moderno estádio de futebol, que pode receber com conforto e segurança até 22 mil espectadores e tendo em seu interior um Centro Comercial. O Centro de Treinamento da Água Amarela, com 4 campos de futebol (três com dimensões oficiais), academia, cinco vestiários, sala de massagem, sala de fisioterapia, rouparia e cozinha, teve sua primeira etapa inaugurada em outubro de 2014; está construído em uma área total de 83 mil m². Na próxima etapa está prevista a ampliação do CT com a construção dos alojamentos para as categorias de base.

Mas por que estou eu falando dessa forma sobre a Chapecoense ao invés de falar sobre o Bangu? A resposta é: O clube de Santa Catarina é um excelente exemplo, enquanto o Bangu, nos últimos 25 anos só nos tem envergonhado, salvo uma ou outra alegria, acontecidas ao acaso.

Exposto esse pensamento, que considero próprio para a reflexão de quem o possa lê, falemos, então, dessa força que o Bangu tinha e que foi se esvaindo com o tempo.

Ontem, 24 de junho de 2016, foram passados exatos 60 anos da primeira partida da Seleção Brasileira na disputa da primeira edição da Taça do Atlântico, disputada entre Argentina, Brasil e Uruguai. Nesse jogo inaugural o Brasil venceu a Seleção Uruguaia no Maracanã, pelo placar de 2 x 0, iniciando sua caminhada para a conquista do título dessa competição.


Em pé: Djalma Santos, Veludo, Édson, Zózimo, Formiga e Hélio; Agacha-dos: Pastinha (massagista), Canário, Hilton Vaccari, Leônidas, Zizinho e Ferreira.
Para os brasileiros, em geral, foi mais uma das muitas partidas do seu “scratch”, como se dizia na época, mais exatamente a 203ª. Mas, especificamente, para os torcedores banguenses esse jogo teve e ainda tem um caráter todo especial, pois na foto da equipe, no gramado de um Maracanã lotado identificamos três, sim, três jogadores do Bangu AC: Zózimo Alves Calazans (Zózimo), Hilton Celestino Vaccari (Hilton Vaccari) e Thomaz Soares da Silva (Zizinho). Essa formação se repetiu em outros jogos da Seleção em 1956, mas sempre com o Vaccari entrando em substituição a um outro jogador.

Talvez tenha sido a única vez na história (com a palavra o Carlos Molinari) em que um trio de jogadores banguenses tenha aparecido na foto de uma Seleção Brasileira principal. 

Para completar esse quadro, o massagista a serviço da Seleção Brasileira, que aparece na foto (agachado), é o massagista, na época, do Bangu AC, o conhecidíssimo Pastinha. 

Outro fato, que diz respeito ao Bangu, com referência a essa Seleção Brasileira, é a possibilidade do lateral esquerdo banguense, Nilton dos Santos, ter feito parte desse elenco. No livro “Antes de Ser Campeão”, de Sylvio Pacheco (Editora Vermelho Marinho – Rio de Janeiro – 2015), o autor relata: “...e finalmenete a relação dos jogadores para a partida da Copa do Atlântico frente ao Uruguai. Os convocados foram: Veludo, Édson , Hélio, Djalma Santos, Zózimo, Formiga, Canário, Hilton Vaccari, Leônidas, Zizinho, Ferreira, Paulinos, do Atlético Mineiro, Nilton, do Bangu, Cabeção, De Sordi, Paulinho, do Vasco, Décio, Nilton Santos, Maurinho, Álvaro, Didi e Pepe”. Também o Décio que aparece na relação dos convocados pode ser o Décio Esteves, também do Bangu. Na foto abaixo podem ser vistos Hilton Vaccari, Zizinho e Décio Esteves, com o uniforme dos reservas - Hilton Vaccari e Décio Esteves e com o uniforme dos titulares – Zizinho (com a palavra, novamente, o Carlos Molinari). 


A ficha do Jogo:

Competição: 1ª Taça do Atlântico
Data: 24 de Junho de 1956
Local: Estádio do Maracanã
Público: Não foi divulgadoÁrbitro: Frederico Lopes (Brasil) 
Seleção Brasileira: Veludo, Djalma Santos e Édson II,; Formiga, Zózimo e Hélio; Canário, Hilton Vaccari, leônidas, Zizinho e Ferreira.
Seleção Uruguaia: Macieiras, Martinez (Davoine) e Santa Maia; Andrade, Carranza e Leopardi; Abadie, Ambrois (Ramos), Miguez, Sasía e Escalada.
Gols: Zizinho e Canário
Expulsões: Miguez, Carranza, Davoine, Ramos e Escalada (Uruguai).

Na segunda partida pela Taça do Atlântico, a Argentina venceu o Uruguai por 2 x 1, em Montevideo. Na terceira partida, Argentina e Brasil ficaram no 0 x 0, em Buenos Aires. Brasil e Argentina terminaram empatados com 3 pontos ganhos (naquela época a vitória valia somente 2 pontos), mas no saldo de gol o Brasil levou o título da Taça.

Os craques do Bangu nessa partida:


Zózimo Alves Calazans (Zózimo)
Nascimento: 19/6/1932 / Falecimento: 21/9/1977
Primeira partida pelo Bangu: Bangu 2 x 3 Oriente (7/5/1952)
Última partida pelo Bangu: Bangu 1 x 3 Fluminense (8/12/1963)
Posição: Meia campo / zagueiro
Histórico em jogos pelo Bangu: Nas 466 partidas disputadas, com 154 vitórias, 101 empates e 110 derrotas, marcou 28 gols e foi expulso 1 vez.


Hilton Celestino Vaccari (Hilton Vaccari)
Nascimento: 25/10/1934
Primeira partida pelo Bangu: Bangu 2 x 4 Rapid Wien (31/3/1954)
Última partida pelo Bangu: Bangu 1 x 1 América (28/9/1957)
Posição: Atacante
Histórico em jogos pelo Bangu: Nas 118 partidas disputadas, com 64 vitórias, 25 empates e 29 derrotas, marcou 61 gols e foi expulso 3 vezes.


Thomaz Soares da Silva (Zizinho)
Nascimento: 14/9/1921 / Falecimento: 8/2/2002
Primeira partida pelo Bangu: Bangu 1 x 3 Flamengo (23/7/1950)
Última partida pelo Bangu: Bangu 4 x 2 CSA (3/2/1961)
Posição: Meia atacante
Histórico em jogos pelo Bangu: Nas 275 partidas disputadas, com 154 vitórias, 54 empates e 67 derrotas, marcou 123 gols e foi expulso 5 vezes.

Fontes: Bangu.NET / Brasilian National Team – All Matches / Wikipédia / Livro "Antes de ser Campeão"

Crédito das Fotos: Bangu.NET / Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos / Brasilian National Team – All Matches 

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