“Para os seus verdadeiros torcedores, o que vale é o caráter superior que inspirou a sua fundação e que está presente na alma de cada banguense.”

sábado, 25 de novembro de 2017

Há 30 anos o Bangu vencia o Sport Club do Recife por 3 x 1, no Estádio Proletário e reacendia a esperança de um Título Nacional.

A Competição.

Em 1987 o Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão, nomeado pela CBF de COPA BRASIL, deveria ser disputado por 28 clubes (do 1º ao 28º colocado), selecionados pela classificação de 1986. Ao Bangu restava jogar duas partidas referentes à temporada passada, já em 1987. Os jogos seriam contra a Ponte Preta, em Campinas, e contra o São Paulo, no Estádio Proletário. Venceu as duas: 2 x 1 na Ponte Preta, em 25/01/1987, e 1 x 0 no São paulo, em 28/01/1987. Com esses resultados o Bangu atingiu 26 pontos ganhos (naquela época a vitória valia somente 2 pontos) e terminou a competição classificado em 21º lugar, garantindo a permanência na 1ª Divisão em 1987.

Mas o futebol brasileiro, que ainda hoje é desorganizado, há 30 anos atrás era desorganizadíssimo. A CBF, a mercantilíssima e corruptissima CBF alegava falta de dinheiro para organizar o Campeonato e devido a isso fez um acordo, que se revelou canhestro, com os Clubes para tornar factível a competição. Nasceu um MONSTRO, denominado COPA UNIÃO. Na onda desse movimento foi gestado um outro aborto: O CLUBE DOS 13, que era composto por 20 Clubes (contando-se isso em Portugal, ao final do expediente, ali nas mesas do Chiado, faz-se os portugueses, já ingeridas algumas bagaceiras, rolarem no chão de tanto rir, chamando o contador, brasileiro, de mentiroso).

Como ficou configurado esse aborto do futebol brasileiro:

1- O grupo de elite, o Módulo Verde, com 16 Clubes (atendendo ao famigerado Clube dos 13), foi formado pelos clubes que estavam entre os 28 primeiros classificados de 1986 e que estavam nas 14 primeiras colocações no Ranking da CBF, complementados por Botafogo e Coritiba (que oficialmente haviam sido rebaixados). Esses clubes disputavam o Troféu João Havelange.

2- O grupo secundário, o Módulo Amarelo, com 16 clubes (incluído pela CBF para colocar sua impressão digital na competição), foi formado pelos 14 clubes que estavam entre os 28 primeiros classificados de 1986 e não foram incluídos no Módulo Verde, complementados por Sport e Vitória (que oficialmente haviam sido rebaixados). Esses clubes disputavam o Troféu Roberto Gomes Pedrosa.

3- Ficou acertado entre a CBF e o Clube dos 13 que ao final da fase de grupos módulos Verde e Amarelo. haveria um quadrangular final (o famoso "cruzamento", do qual não há referência no regulamento, sendo uma criação do Flamengo e do Internacional) entre os 1º e os 2º colocados nos módulos Verde e Amarelo. O vencedor desse quadrangular seria o Campeão Brasileiro de 1987.

Para resumir o monstrengo, vejamos:

1- O Botafogo de Futebol e Regatas (RJ) que foi o 32º colocado em 1987 e foi rebaixado para o grupo equivalente a 2ª divisão e teria que disputá-la em 1987, foi alçado à 1ª Divisão e no grupo da elite (o Módulo Verde).

2- O Coritiba Foot Ball Club (PR) que foi o 44º colocado em 1987 e foi rebaixado para o grupo equivalente a 2ª divisão e teria que disputá-la em 1987, também foi alçado à 1ª Divisão e no grupo da elite (o Módulo Verde).

3- O Sport Clube do Recife que foi o 44º colocado em 1987 e foi rebaixado para o grupo equivalente a 2ª divisão e teria que disputá-la em 1987, foi alçado à 1ª Divisão, mas no grupo secundário (o Módulo Amarelo). O Sport acabou sendo consagrado o Campeão Brasileiro de 1987.

A participação do Bangu AC.

O Bangu, 21º colocado no Campeonato Brasileiro de 1987, era legítimo dono de uma vaga na 1ª Divisão em 1987; realmente aí ficou, mas em um grupo secundário (Módulo Amarelo). Esse módulo foi dividido em duas Chaves de 8 Clubes cada uma. O Bangu ficou na Chabe B, com



domingo, 19 de novembro de 2017

O 105º aniversário de nascimento do "Divino Mestre"

Introdução: A época, o Brasil, a Cidade do Rio de Janeiro, o Bairro de Bangu e o Bangu Atlético Clube.

Naquele início da segunda década do século XX , a novíssima República do Brasil, (hoje um modelo de fracasso), depois de dezessete anos governada por presidentes civis, voltava às mãos de um militar (Marechal Hermes da Fonseca – 8º Presidente da República), como foi lá no seu nascedouro, entre 1889 e 1894, com os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Seria a volta da “República da Espada”? Não foi*!

Palacio do Catete, sede do governo brasileiro no início do século XX.

Na Cidade do Rio de Janeiro, o Marechal Hermes nomeou para a Prefeitura do Distrito Federal um general: Bento Manuel Ribeiro Carneiro Monteiro (Bento Ribeiro), que assim se tornava o 16º prefeito do DF e por quatro anos tentou, com pouco sucesso, sanear a Economia da Cidade.
Palacete no Campo de Santana, onde funcionava a Prefeitura do Distrito Federal no início do século XX (já demolido).

Em Bangu, inaugurava-se a Igreja de São Sebastião e Santa Cecília e iniciava-se a expansão da Fábrica Bangu, com a construção de um prédio anexo. Também foi nessa época que o Ramal Circular da EFCB começou a ser construído pela Fábrica.
Egreja de São Sebastião e Santa Cecília, inaugurada no início do século XX.

No Bangu a situação estava calamitosa e não fosse a incansável luta do seu atual presidente, o inglês Andrew Procter, o futebol do Bangu teria acabado. Ocorre naquele tempo, a BANGU AC se subordinava a gestão do Casino, que não dava menor atenção aos esportes, concentrando todos os investimentos para as atividades sociais. Felizmente para nós, banguenses mais recentes, em 1911 o Bangu AC separou-se do Casino e no dia 1º de abril tomou posse a nova Diretoria Banguense, tendo a frente James Hartley como presidente (Hugh Graham era o vice-presidente e Andrew Procter o secretário). Iniciou-se aí uma nova fase no Clube e com isso o Bangu voltou ao Campeonato Carioca; não na divisão principal, pois não conseguiu a vaga na seletiva, mas na segunda divisão, da qual sagrou-se Campeão ao vencer o Guarani por WO, no dia 13 de dezembro, recebendo pelo título a Taça Francis Walter (esse feito seria repetido em 1914). Em 1912 o Bangu voltava à Primeira Divisão Carioca, mas foi mal; terminou em 6º lugar, entre os oito clubes disputantes. Mas manteve-se na Primeira Divisão para 1913, quando mais uma vez fracassou, sendo rebaixado à Segunda Divisão para o Campeonato de 1914.
Time do Bangu AC em 1911 - Da esquerda para direita:
Em pé: 1ª fila - Antonio Pereira, Luiz Railson e Antonio Carregal;
Em pé: 2ª fila - Andrew Procter (Secretário), Arlindo, Roldão Maia e Accácio;
Sentados: Loth, Orlando Cardoso, Narciso, Francisco Gomes e Justino.

O início do clã da Guia no Bangu – Luiz Antonio, Ladislau Antonio e Mamede Antonio.

Quando no dia 30/6/1912, o zagueiro (naquela época, beque) Luiz Antonio da Guia (Luiz Antonio: 27 de julho de 1895 – 3 de novembro de 1969) estreava na equipe principal do Bangu, em uma partida contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca da Primeira Divisão, sua mãe estava na metade de uma gravidez e não sabia que em seu ventre já vivia aquele que viria a ser o maior zagueiro do futebol brasileiro e o maior ídolo da história do Bangu Atlético Clube. O irmão mais novo do craque Luiz Antonio nasceria quatro meses e meio depois, no dia 19 de novembro de 1912. Luiz Antonio recebeu da imprensa esportiva carioca o apelido de “o perfeito”; foi Campeão Carioca da Segunda Divisão pelo Bangu, clube pelo qual atuou em 269 partidas, durante 19 anos e 3 meses, sendo esse o recorde brasileiro de permanência de um jogador no mesmo e único clube. Sobre Luiz Antonio da Guia, Mário Filho, em seu livro “O Negro no Futebol Brasileiro” (1947), escreveu: “Luiz Antônio “era mais que um jogador. Era o Clube!”. O zagueiro banguense disputou sua última partida pelo Alvirrubro no dia 27 de setembro de 1931, quando o Bangu venceu o Carioca por 5 x 1.
  
Quando o mais velho dos da Guia estreou no Bangu, já viviam os seus irmãos Ladislau Antonio da Guia, com recém completados sete anos, e Mamede Antonio da Guia, com pouco mais de 1 ano. Ambos viriam a jogar muitos anos pelo Bangu AC.
Luiz Antonio da Guia, "O Perfeito".

Ladislau Antonio da Guia (Ladislau: 27 de junho de1906 - 31 de outubro de 1988) estreou no Bangu no dia  4 de junho de 1922, na vitória do Bangu por 2 x1, sobre o Andaraí. Ladislau, como o irmão mais velho, também foi longevo no Bangu: Atuou em 328 partidas, durante 18 anos e meio (intervalado com certo período, quando jogou pelo Vasco e pelo Flamengo), marcando 223 gols. Foi Campeão Carioca pelo Bangu em 1933 e duas vezes artilheiro do Campeonato Carioca (1930 e 1935). Foi convocado para a Seleção Brasileira mas teve que recusar a convocação pois a distância entre Bangu e as Laranjeiras, com os meios de transporte da época não permitiriam que ele treinasse pelo Bangu e pela Seleção. Decidiu-se pelo Bangu. O grande número do gols que marcava pelo Bangu e a potência do seu chute,valeu-lhe o apelido de “Tijoleiro”. O artilheiro banguense disputou sua última partida pelo Alvirrubro no dia 22 de dezembro de 1940, quando o Bangu perdeu para o Botafogo por 2 x 4
Ladislau Antonio da Guia, "O Tijoleiro".

Mamede Antonio da Guia (Médio: 19 de maio de1911 - 8 de janeiro de 1948) estreou no Bangu no dia  18 de março de 1928, na vitória do Bangu por 3 x1, sobre o Bonsucesso. Médio, jogou pelo Bangu por aproximadamente 9 anos: Atuou em 226 partidas e durante esse período marcou 52 gols. Foi Campeão Carioca pelo Bangu em 1933, atuando com o seu irmão Luiz Antonio. Médio disputou sua última partida pelo Alvirrubro no dia 25 de outubro de 1943, quando o Bangu venceu o São Cristóvão por 3 x 1. O ex meio campista banguense teve morte trágica, suicidando-se no interior do no Quartel da Polícia Especial, onde servia como “guarda”, no dia 8 de janeiro de 1948.
Mamede Antonio da Guia, Médio.
O “Divino Mestre” - Domingos da Guia, o quarto irmão, o craque.

“O Bangu tem também sua história e sua glória, enchendo seus fãs de alegria. De lá pra cá, surgiu Domingos da Guia”. Esses versos escritos por Lamartine Babo, contidos no Hino do Bangu, imortalizaram o maior zagueiro (naquela época, beque) do futebol brasileiro.



Domingos Antonio da Guia (Domingos da Guia: 19 de novembro de1912 - 18 de maio de 2000) estreou no Bangu no dia  28 de abril de 192829, na vitória do Bangu por 3 x1, sobre o Flamengo. Domingos da Guia, jogou pelo Bangu por aproximadamente 5 anos: Atuou em 133 partidas e durante esse período marcou 3 gols. Nunca foi expulso atuando pelo Alvirrubro, nem tampouco campeão; deixou de ganhar o Campeonato Carioca de 1933, pois em 1932, contrariando os pedidos dos irmãos, deixou o Bangu para ir jogar no Vasco.

Domingos Antonio da Guia, "O Divino Mestre".
Além do Bangu, o “Divino Mestre” atuou pelo Vasco da Gama (onde, na sua segunda passagem pelo clube, foi campeão em 1934), pelo Nacional do Uruguai (onde foi campeão em 1933), pelo Boca Juniors da Argentina (onde foi campeão em 1935), Flamengo (onde foi campeão em 1939, 1942 e 1943) e Corinthians (onde foi campeão da Taça Cidade de São Paulo em 1947 e 1948), de onde retornou ao Alvirrubro, em 1948 (para assinar o contrato com o Corinthians, em 1944, o craque fez uma exigência: o Clube Mosqueteiro teria obrigatoriamente de lhe conceder o “passe livre”, caso ele optasse em retornar ao Bangu; assim foi feito).
Charge de Domingos da Guia no Boca Juniors da Argentina

Domingos da Guia disputou a Copa do Mundo de 1938, na França, pela Seleção Brasileira. Infelizmente foi responsabilizado pela eliminação dos brasileiros, na derrota brasileira para a Itália, pelas semifinais, por 2 x 1, no dia 16 de junho de 1938. Os críticos acusaram Domingos ter cometido “infantilmente” o pênalti no atacante italiano Silvio Piola (vice artilheiro da competição, com 5 gols), que foi convertido no gol da vitória da Azurra.
Charge de Domingos da Guia na Seleção Brasileira.
Pela Seleção Brasileira também disputou e vencer a Copa Rio branco, em 1931 e 1932, e a Copa Roca em 1945.
Domingos, pela Seleção Brasileira na Copa da França, em 1938.
O “Divino Mestre” disputou sua última partida pelos profissionais do Alvirrubro, em uma partida festivo na cidade serrana de Petrópolis, que serviu como jogo de despedida do craque, no dia 5 de fevereiro de 1950 na inauguração do Estádio do Cruzeiro do Sul Futebol Clube, quando o Bangu venceu o Flamengo por 3 x 1, ganhando a Taça Euvaldo Lodi.
Domingos da Guia encerrando a carreira no seu retorno ao Bangu.
O maior zagueiro do futebol brasileiro de todos os tempos, ainda voltou a vestir a venerável camisa alvirrubra em 1954, mas não como profissional. Foi Campeão Carioca de Veteranos (hoje Masters), atuando pelo Bangu AC.

Domingos da Guia faleceu no dia 18 de maio de 2000, no bairro do Méier, Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro, vítima de um derrame cerebral.

Nas comemorações do Centenário do Bangu Atlético Clube (17 de abril de 1904 – 17 de abril de 2014) Domingos da Guia foi novamente imortalizado. Foi inaugurado no Calçadão de Bangu um busto do “Divino Mestre), com 70 cm de altura e pesando 70 kg, sobre um pedestal de granito. A partir desse evento, esse percurso da Av. Cônego de Vasconcelos passou a se chamar Calçadão Domingos da Guia.
Estátua do "Divino Mestre" Domingos da Guia, em Bangu.
(Obra de autoria do artista plástico e grande banguense, Clécio Régis)
O Busto foi feito pelo artista plástico e grande banguense, Clécio Régis, que fez a doação da obra aos banguenses, arcando com todas as despesas para a execução do trabalho.

Completa-se o clã dos da Guia.

Em 1959, um jovem deixava a equipe de natação do Bangu AC, onde fora Campeão Juvenil em 1954, para praticar um novo esporte, o futebol. Das piscinas do Parque Aquático do Bangu, para o gramado do Estádio Proletário foi uma mudança que pouco se fez sentir no jovem de de 6 anos, que agora fazia parte da equipe juvenil do Clube.

Ademir da Guia (o N), com 13 anos, na equipe de natação do Bangu, Campeã Juvenil.
Esse jovem era Ademir da Guia, filho do grande ídolo Banguense Domingos da Guia. Já no primeiro ano no futebol, em 1959, o jovem da guia conduzia a equipe do Bangu na conquista do Campeonato Carioca de Juvenis.

Ademir da Guia e seu pai, Domingos da Guia. "O Divino" e "O Divino Mestre".
Em 1960, com apenas 17 anos, já estava incorporado ao elenco de profissionais do Bangu e foi incluído pelo técnico Tim na delegação que viajaria aos Estados Unidos para disputar a International Soccer League, em Nova Iorque.

O Bangu AC, foi o Campeão Invicto e Ademir da Guia eleito o melhor jogador da Competição.
Ademir da Guia, "O Divino", Campeão pelo Bangu em Nova Iorque.

Em 1961 o "passe" do jogador foi vendido ao Palmeiras pela bagatela de 4,5 milhões de cruzeiros (padrão monetário brasileiro da época). Ruim para o Alvirrubro, que perdeu um craque e ganhou pouco dinheiro, e bom para o Palmeiras, que com pouco investimento levou para o Parque Antártica um craque de futebol refinado, com apenas 19 anos e um futuro promissor.
Charge de Ademir da Guia no Palmeiras.
Por suas atuações em todas as competições vencidas pelo Verdão, de 1963 a 1976, recebeu o apelido de "O Divino".

Ademir da Guia estava no elenco da Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, mas não lhe foi dada oportunidade de jogar, pelo técnico Zagalo. 
Ademir da Guia na Seleção Brasileira, para disputa do 3º lugar contra a Polônia.
(Copa do Mundo de 1974, na Alemanha)
*Após findo o governo de Hermes da Fonseca, em 1914, houve continuidade na chamada "POLÍTICA DO CAFÉ-COM-LEITE", na qual políticos paulistas, do PRP (São Paulo o grande Produtor de café) e mineiros, do PRP (Minas Gerais grande produtor de leite) governaram o país, desde Campos Sales (1898), até a revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís e não permitiu a assunção do paulista Júlio Prestes. Findou-se assim a chamada "República Velha".

<TEXTO PRÓPRIO E INÉDITO>

Fontes:

sábado, 6 de agosto de 2016

Em 6 de agosto de 1960, um sábado, o Bangu se tornava o primeiro Clube brasileiro Campeão do Mundo Interclubes

O Sr. William "Bill" Cox, um americano amante do futebol e que possuía grande fortuna, decidiu criar a International Soccer League, que na realidade não era uma "Liga de Clubes de Futebol" e sim uma "Competição". A primeira "International Soccer League" foi realizada em 1960, entre os dias 4 de julho (dia da Independência dos Estados Unidos) e 6 de agosto (dia da Partida Final da competição).
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A bela "Challenge Cup", que seria entregue ao
 Campeão da International Soccer League de 1960

De acordo com os jornais  The New York Times e O Estado de São Paulo, ambos que circularam em 24 de maio de 1961, a competição tinha a autorização da FIFA. Essa autorização foi ratificada por Stanley Rous, então presidente da Associação Inglesa de Futebol, secretário-geral e vice-presidente da FIFA (posteriormente, de 1962 até 1974, presidente da FIFA). No site oficial da FIFA há alusão à International Soccer League.

No site FIEL CORINTHIANO podemos encontrar uma publicação, cujo título confirma a grandiosidade da International Soccer League de 1960: "International Soccer League: mais 'Mundial' que a Copa Toyota".

Foram convidados 10 clubes da Europa e 1 clube da América do Sul (no caso do Brasil, o atual campeão mundial). Para completar o total de 12 agremiações, foi criado um "time" que representaria os Estados Unidos, formado basicamente por imigrantes e que se chamaria New York Americans.

Foram 6 campeões europeus (Inglaterra, Grança, Irlanda do Norte, Suécia Áustria e Iugoslávia), 2 vice-campeões europeus (Escócia e Portugal), um terceiro colocado europeu (Alemanha) e um quinto colocado europeu (Itália). 

* Representante da América do Sul:
- Coube ao Brasil, atual Campeão do Mundo de Seleções, indicar 1 representante para o Continente Sul-Americano. Como naquela época não existia um Campeonato Nacional, foi indicado o campeão do Rio de Janeiro de 1959, o Fluminense Futebol Clube, que não aceitou o convite para disputar o Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Foi feito o convite à Sociedade Esportiva Palmeiras, campeão de São Paulo, que também não aceitou o convite, pelos mesmos Motivos do Fluminense. Então convidaram o Bangu Atlético Clube, vice-campeão do Rio de Janeiro de 1959, que aceitou o convite, soube aproveitar a grande oportunidade de perticipar de uma competição de alto nível,  preparou-se convenientemente e culminou com a conquista do título.

** Representante da América do Norte:
- Para representar o Continente Norte-Americano, o país anfitrião foi criou, especialmente para a competição, um "time de futebol" denominado The New York Americans, que seria seu representante na competição.

Os 12 clubes foram divididos em 2 grupos (A e B), com 6 equipes em cada um deles.

Grupo A
Burnley Football Club
Olympique Gymnaste Club de Nice Côte d'Azur
Glenavon Football Club
Kilmarnock Football Club
Fußball-Club Bayern München
The New York Americans
Grupo B
Idrottsföreningen Kamraterna Norrköping
Sport Klub Rapid Wien
Sport Klub  Estrela Vermelha de Belgrado
Sporting Clube de Portugal
Bangu Atlético Clube
Unione Calcio Sampdoria

Os jogos do Bangu na fase de grupos, foram:

Dia 4 de Julho Bangu 4 x 0 Sampdoria
Estádio Polo Grounds - 18.144 pagantes
Dia 10 de Julho Bangu 3 x 2 Rapid Wien
Estádio Polo Grounds - 19.804 pagantes
Dia 16 de Julho Bangu 5 x 1 Sporting
Estádio Polo Grounds - 8.441 pagantes
Dia 20 de Julho Bangu 0 x 0 IFK Norrköping
Estádio Polo Grounds - 12.338 pagantes
Dia 31 de Julho Bangu 2 x 0 Estrela Vermelha
Estádio Polo Grounds - 20.107 pagantes

Formação no jogo Bangu 4 x 0 Sampdória
Em pé: Joel, Ubirajara, Darci Faria, Ananias, Zózimo, Nilton dos Santos.
 Agachados: Correia, Zé Maria, Luís Carlos, Ademir da Guia e Beto.
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A Classificação final da fase de grupos foi:










De acordo com a classificação dos Grupos A e B, se classificaram para a final o Kilmarnock Football Clube, da Escócia (1ª colocado do Grupo A), e o Bangu Atlético Clube, do Brasil (1º colocado do Grupo B).
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Cartaz promocional da partida decisiva da
 1ª Internacional Soccer Leaguer
Nova Iorque - 1960.
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A partida decisiva:
Sábado, dia 6 de agosto de 1960: Bangu A C  2 x  0 Kilmarnock F C
Estádio Polo Grounds - 25.440 pagantes

Kilmarnock Football Club jogou e perdeu com Brown, Richmond e Watson; Frak Beattie, Bill Toner e Bobby Kennedy; Brown, McInally, Wentzel, Bert Black e Billy Muir.

O Bangu jogou e venceu com Ubirajara, Joel e Darci Faria; Zózimo, Ananias e Nilton dos Santos; Correia, Zé Maria, Décio Esteves, Válter e Beto. O técnico banguense era Tim (Elba de Pádua Lima).

Os dois gols da vitória banguense foram marcados por Valter, um no primeiro tempo e outro no segundo tempo.
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Recorte do jornal The New York Times que circulou no domingo, 7 de agosto de 1960
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Os artilheiro da competição foi Tudor Veselinovic, do Estrela Vermelha, com 6 gols.
Os vice-artilheiros foram Zé Maria e Luis Carlos, do Bangu e Pilkington, do Burnley, ambos com 5 gols.

O atleta escolhido como o Melhor Jogador (Most Valuable Player) da competição, eleito pela "Comissão Organizadora" da International Soccer League , foi o brasileiro Ademir da Guia (18 anos), do Bangu.
O segundo Melhor Jogador eleito foi o americanoAlf Sherwood, do The New York Americans.

A delegação banguense era composta por 22 membros, entre eles 17 jogadores.

Diretoria, Comissão Técnica e Convidado:
Chefe da delegação: Sérgio Vasconcelos 
Médico: Dr. Ivon Cortes
Jornalista Convidado: Antônio Cordeiro (Rádio Nacional)
Presidente do Clube: Maurício Cesar Buscácio
Treinador da Equipe Tim (Elba de Pádua Lima)

Jogadores:

1 –  Ubirajara Gonçalves Motta (Ubirajara)
2 –   Joel Martins da Fonseca (Joel)
3 –  Darci José de Faria (Darci Faria)
4 –  Zózimo Alves Calazans (Zózimo
5 –  Ananias Cruz (Ananias)
6 –  Nilton dos Santos
7 –  José Correia Ferreira (Correia)
8 –  José Maria da Silva (Zé Maria)
9 –   Décio Esteves da Silva (Décio Esteves)
10 – Válter Lino dos Santos (Valter)
11–  Carlos Alberto de M. Ramalho (Beto)
12 – Aílton Caldas (Ailton)
13 – Mário Tito
14 – Paulo César de M. Fortes (Paulo Cesar)
15 – Ademir Ferreira da Guia (Ademir da Guia)
16 – Luís Carlos de M. (Luiz Carlos)
17 – Durval Santana de Carvalho (Durval)

Fontes: BANGU.NET / FIEL CORINTHIANO / HISTÓRIA(S) DO SPORT / WEIKIPÉDIA

domingo, 17 de julho de 2016

Moacir Bueno, o segundo maior artilheiro do Bangu AC em toda a sua história, faria 92 anos hoje.

Fosse vivo Moacir Bueno e hoje estaria completando 92 anos de idade. O segundo maior artilheiro do Bangu, em toda a sua história, com 184 gols assinalados, nasceu no dia 17 de julho de 1924 e começou sua carreira nos juvenis do alvirrubro em 1941. Em 1942 estreou pela equipe principal. Foi a quinto jogador que mais atuou com a venerável camisa alvirrubra. Foram 361 partidas, com uma média um pouco superior a 1 gol a cada 2 jogos; números expressivos para um jogador de uma equipe de porte médio (porém grande em sua história) como o Bangu AC.

Em “O Livro dos Craques” de Carlos Molinari, o capítulo dedicado à letra “M” é aberto com o craque Mário José dos Reis Emiliano, o nosso querido Marinho, que tanto nos deu alegrias na década de oitenta. Mas não estaria errado o Molinari se iniciasse esse capítulo com Moacir Bueno, que, por quase 17 anos, tantas alegrias deu aos torcedores do Bangu AC, único Clube que atuou por toda sua carreira.

Moacir Bueno, o segundo maior artilheiro do Bangu AC.

A Carreira de Moacir Bueno no Bangu, entre os anos de 1942 e 1959, pode ser dividida em duas etapas, totalmente distintas uma da outra.

Ataque de ouro do Bangu AC, na década de 50.
Menezes, Zizinho, Joel, Moacir Bueno e Nívio Gabrich.

A primeira inicia-se em 1942, quando estreou nos profissionais, dois dias após ter completado 18 anos, em uma partida na qual o Bangu foi derrotado pelo Madureira por 1 x 0, partida pelo Campeonato Carioca daquele ano, disputada no Estádio da Rua Conselheiro Galvão.

Time do Bangu AC, primeiro campeão no Maracanã.
Campeão do Torneio Início de 1950.
Moacir Bueno é o último, à direita, agachado
Moacir Bueno jogou pela Seleção Carioca que foi derrotada pela Seleçao Paulista por 3 x 1, na Inauguração do Estádio Municipal do Maracanã. Os cariocas atuaram com Ernani - depois Luiz Borracha (Bangu), Laerte e Vilson; Mirim (Bangu), Irani (Bangu) - depois Dimas e Sula (Bangu); Aloisio, Didi - depois Alcino (Bangu), Cilas - depois Ipojucam, Carlyle - depois Simões (Bangu) e Esquerdinha - depois Moacir Bueno (Bangu). Como podemos observar, dos 17 jogadores que atuaram nesse jogo, 7 pertenciam ao time principal do Bangu AC, uma demonstração que o alvirrubro era uma força no futebol carioca e brasileiro.

Estádio Municipal do Maracanã no dia do jogo inaugural.
Ainda podem ser vista as estruturas de sustentação da cobertura circular.

A segunda se inicia em 1957, quando e Patrono do Bangu, o Dr. Silveirinha o viu jogando pela equipe dos Veteranos da Fábrica Bangu e sugeriu sua volta ao elenco do Bangu AC. A sugestão foi aceita e no dia 22 de setembro, em um amistoso na cidade mineira de Juiz de Fora, no qual o Bangu goleou o Sport Club Juiz de Fora por 5 x 0, Moacir Bueno voltou a vestir a honorável camisa alvirrubra, entrando no decorrer da partida, substituindo o atacante Mário da Paixão Mendes – Mário. Em 1957, voltou a atuar no último jogo do Campeonato Carioca, no dia 19 de dezembro, quando o Bangu empatou com o Flamengo em 0 x 0, no Campo do Botafogo, em General Severiano. Nessa parida jogou os noventa minutos.

Em 1958 Moacir Bueno disputou 20 partidas, marcando 8 gols. Foram 14 partidas amistosas, 2 pelo Torneio João Teixeira Carvalho, 1 pelo Torneio Início e 3 pelo Campeonato Carioca. Cabe observar que nas três excursões internacionais que o Bangu pez em 1958, Moacir Bueno não atuou em qualquer partida.No quadro abaixo estão relacionados todos os jogos de Moacir Bueno em 1958.


Em 1959 o veterano atacante banguense atuou em somente 3 partidas e mão marcou nenhum gol. 

O Bangu começou o último ano da década de 50 com a tradicional excursão internacional. De início na Costa Rica e depois na Colômbia, foram 10 jogos e Moacir Bueno não atuou em nenhum deles. Voltando ao Rio de Janeiro em 1º de fevereiro, voltou a excursionar no início de março de 1959 pelo Brasil, começando por Minas Geras e depois indo para o Nordeste, depois para o Norte e depois retornando pelo Nordeste. Foram 20 partidas, das quais o atacante banguense só participou de 3, na fase do Norte do país. No quadro abaixo estão relacionados todos os jogos de Moacir Bueno em 1959.


Na segunda fase de Moacir Bueno no Bangu, que começou em 22 de setembro de 1957 (Bangu AC 5 x 0 SC Juiz de Fora) e terminou em 2 de abril de 1959 (Bangu AC 5 x 2 Paysandu SC), o atacante atuou em 25 partidas e assinalou 8 gols.

Voltando ao Rio de Janeiro, Moacir Bueno encerrou a sua carreira de jogador de futebol, aos 34 anos de idade.

Eu assisti a uma partida de Moacir Bueno, quando era ainda menino. Foi um jogo contra o Flamengo no Maracanã. Tudo leva a crer que tenha sido aquele empate contra o Flamengo, no dia 21 de outubro de 1958. Mas sinceramente não tenho certeza. Mas lembro-me de que alguém apontava para o gramado, quando um certo mulato pegava na bola, e dizia: Aquele ali é o Moacir Bueno, ele já foi o grande artilheiro do Bangu; fazia muitos gols, era um cracaço.

Títulos de Moacir Bueno como jogador do Bangu AC:

Torneio Quadrangular Internacional da Costa Rica: 1959
Torneio Triangular Internacional de Luxemburgo: 1958
Torneio Quadrangular Internacional da Venezuela: 1958
Torneio Triangular de Porto Alegre: 1957
Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro: 1957
Torneio Triangular Internacional do Equador: 1957
Torneio Início do Rio de Janeiro: 1950, 1955
Torneio Início do Rio-São Paulo: 1951
Torneio da Imprensa: 1943

Ainda em 1959 iniciou a carreira de técnico, treinando os juvenis do Bangu. Nos 1960, 1963, 1964 e 1970 treinou interinamente a equipe principal do Bango, trabalho que exercia de forma concomitante com o treinamento da equipe de juvenis. Também foi técnico do Campo Grande (Rio de Janeiro - RJ), do Olympico (Manaus - AM), do Tiradentes (Terezina - PI), do Sampaio Corrêa (São Luiz - MA) e do Serrano (Porto Seguro - BA).

Já apresentando sinais de uma grave doença, voltou a morar no Rio de Janeiro, em uma casa de Bangu que o Dr. Silverinha o havia presenteado no tempo dos grandes gols pelo Bangu. Segundo algumas testemunhas ainda viva, o ex craque já tomado pelo mal de alzheimer, perambulava pelas ruas do bairro, se apresentando como ex jogador do Bangu que inaugurou o Maracanã; mostrava fotos do seu tempo de jogador e pedia algum dinheiro. 

O inesquecível artilheiro banguense faleceu aos 80 anos, em 31 de dezembro de 2004.

Fonte: Bangu.NET / Wikpédia / Cais da memória.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Página do Bangu no Álbum de Figurinhas "Picando o Couro", editado em 1952 pela Fábrica de Balas José Innocente (SP)

Rafanelli (nº 80) e Zizinho (nº 87), figurinhas carimbadas na página do Bangu no Álbum "Picando o Couro".

<Clique na imagem para ver com maior nitidez.>

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Há 65 anos o Bangu empatava com o Peñarol em Montevideo

Há exatos 65 anos, em um domingo, 1º de julho de 1951, o Bangu disputava uma partida amistosa internacional, jogando contra o Peñarol do Uruguai, no Estádio Centenário, diante de 22.619 espectadores.

O Bangu tinha formado um forte time para a temporada de 1951. Na inauguração dos refletores do Maracanã, no dia 30 de janeiro desse ano, conquistou o título de Campeão do Torneio Início do Rio - São Paulo. Depois, formando um combinado com o São Paulo FC, participou de uma vitoriosa excursão de 13 jogos pela Europa, com 9 vitórias, 2 empates e somente 2 derrotas

Findo o Torneio Municipal, o Bangu embarcou para Curitiba, onde no dia 24 de junho jogou e empatou com o Coritiba FC, por 2 x 2. De Curitiba a delegação banguense seguiu para o Uruguai para disputar 2 partidas conta o CA Peñarol. O primeiro jogo, no Estádio Centenário de Montevideo terminou empatado em 2 x 2.



O Estádio Centenário de Montevideo, palco do jogo Peñarol 2 x 2 Bangu.
Seu nome homenageia os 100 anos da primeira Constituição Uruguaia.
É considerado um Monumento ao Futebol Mundial.
Foi eleito Patrimônio Cultural da Humanidade.

O Peñarol, atual campeão uruguaio, tinha como atração o lendário Ghiggia (Alcides Edgardo Ghiggia), aquele mesmo que calou o Maracanã em 1951, e o Bangu, além do grande Zizinho, tinha como seu capitão o zagueiro argentino Rafanelli (Ramon Roque Rafanelli), que disputou, entre 1949 e 1953, 122 partidas pelo alvirrubro e nunca foi expulso.


Ghiggia, o homem que calou o Maracanã em 1950.

O capitão banguense Rafanelli.

Logo no início da partida, aos 5 minutos de jogo, Vidal abriu o marcador para os aurinegros uruguaios. Teixeirinha empatou para o Bangu faltando 5 minutos para encerrar o primeiro tempo. Na segunda etapa o carrasco Ghiggia colocou os carboneros na frente do placar, aos 8 minutos. Mas menos de 10 minutos depois, Joel empatou para o Bangu, permanecendo a partida em 2 x 2 até o seu final.

O Bangu jogou e empatou com a seguinte formação:  Pedrinho, Rafanelli, Mendonça, Mirim, Pinguela e Djalma; Moacir Bueno, Zizinho, Joel, Teixeirinha e Nívio. O técnico era o também uruguaio Ondino Viera.

No domingo seguinte, dia 8 de julho, o Bangu, com seus jogadores em péssimo estado físico devido à violência uruguaia no primeiro jogo, foi derrotado pelo mesmo Peñarol por 2 x 0.

Fontes: Bangu.NET / Wikipédia / LIVROZILLA

sábado, 25 de junho de 2016

Há 60 anos, 3 craques do Bangu disputavam uma partida oficial pela Seleção Brasileira, no Maracanã

Somente aqueles desprovidos de qualquer visão, podem gritar por aí que “o passado não interessa”, que “o que realmente importa é o que acontece agora”, que “o torcedor banguense vive somente de lembranças do passado” e outras coisas com a mesma conotação. No entanto o que eles esquecem, por lhes faltar uma mais ampla visão das coisas, é que quando divulgamos os feitos do Bangu Atlético Clube no passado, não o fazemos com o viés do saudosismo barato, senão para demonstrar que a marca BANGU, no futebol, já teve sua força e que o fato de “hoje vivemos em outros tempos” não anula as possibilidades de que essa força seja readquirida. Ao contrário, hoje as ferramentas tecnológicas, os sistemas organizacionais e a legislação relativas ao futebol, permitem que um clube atuante nesse esporte, principalmente os que têm forte tradição, serem fortes e prósperos.

Se quiserem um bom exemplo, temos a Associação Chapecoense de Futebol, clube do interior de Santa Catarina que hoje está na primeira divisão do futebol brasileiro. O clube catarinense, tendo somente pouco mais de 43 anos de existência, já é uma realidade dentro do futebol brasileiro e caminha a passos largos para se tornar uma força exponencial no nosso futebol. Com muito trabalho, empreendedorismo, disciplina e um excelente sistema organizacional, a Chape, como é chamada pelos seus torcedores, pode ser orgulhar de possuir uma Infraestrutura de excelência. 

A Arena Índio Condá, cuja conclusão das fases de construção previstas ocorreu em abril de 2014, é um excelente e moderno estádio de futebol, que pode receber com conforto e segurança até 22 mil espectadores e tendo em seu interior um Centro Comercial. O Centro de Treinamento da Água Amarela, com 4 campos de futebol (três com dimensões oficiais), academia, cinco vestiários, sala de massagem, sala de fisioterapia, rouparia e cozinha, teve sua primeira etapa inaugurada em outubro de 2014; está construído em uma área total de 83 mil m². Na próxima etapa está prevista a ampliação do CT com a construção dos alojamentos para as categorias de base.

Mas por que estou eu falando dessa forma sobre a Chapecoense ao invés de falar sobre o Bangu? A resposta é: O clube de Santa Catarina é um excelente exemplo, enquanto o Bangu, nos últimos 25 anos só nos tem envergonhado, salvo uma ou outra alegria, acontecidas ao acaso.

Exposto esse pensamento, que considero próprio para a reflexão de quem o possa lê, falemos, então, dessa força que o Bangu tinha e que foi se esvaindo com o tempo.

Ontem, 24 de junho de 2016, foram passados exatos 60 anos da primeira partida da Seleção Brasileira na disputa da primeira edição da Taça do Atlântico, disputada entre Argentina, Brasil e Uruguai. Nesse jogo inaugural o Brasil venceu a Seleção Uruguaia no Maracanã, pelo placar de 2 x 0, iniciando sua caminhada para a conquista do título dessa competição.


Em pé: Djalma Santos, Veludo, Édson, Zózimo, Formiga e Hélio; Agacha-dos: Pastinha (massagista), Canário, Hilton Vaccari, Leônidas, Zizinho e Ferreira.
Para os brasileiros, em geral, foi mais uma das muitas partidas do seu “scratch”, como se dizia na época, mais exatamente a 203ª. Mas, especificamente, para os torcedores banguenses esse jogo teve e ainda tem um caráter todo especial, pois na foto da equipe, no gramado de um Maracanã lotado identificamos três, sim, três jogadores do Bangu AC: Zózimo Alves Calazans (Zózimo), Hilton Celestino Vaccari (Hilton Vaccari) e Thomaz Soares da Silva (Zizinho). Essa formação se repetiu em outros jogos da Seleção em 1956, mas sempre com o Vaccari entrando em substituição a um outro jogador.

Talvez tenha sido a única vez na história (com a palavra o Carlos Molinari) em que um trio de jogadores banguenses tenha aparecido na foto de uma Seleção Brasileira principal. 

Para completar esse quadro, o massagista a serviço da Seleção Brasileira, que aparece na foto (agachado), é o massagista, na época, do Bangu AC, o conhecidíssimo Pastinha. 

Outro fato, que diz respeito ao Bangu, com referência a essa Seleção Brasileira, é a possibilidade do lateral esquerdo banguense, Nilton dos Santos, ter feito parte desse elenco. No livro “Antes de Ser Campeão”, de Sylvio Pacheco (Editora Vermelho Marinho – Rio de Janeiro – 2015), o autor relata: “...e finalmenete a relação dos jogadores para a partida da Copa do Atlântico frente ao Uruguai. Os convocados foram: Veludo, Édson , Hélio, Djalma Santos, Zózimo, Formiga, Canário, Hilton Vaccari, Leônidas, Zizinho, Ferreira, Paulinos, do Atlético Mineiro, Nilton, do Bangu, Cabeção, De Sordi, Paulinho, do Vasco, Décio, Nilton Santos, Maurinho, Álvaro, Didi e Pepe”. Também o Décio que aparece na relação dos convocados pode ser o Décio Esteves, também do Bangu. Na foto abaixo podem ser vistos Hilton Vaccari, Zizinho e Décio Esteves, com o uniforme dos reservas - Hilton Vaccari e Décio Esteves e com o uniforme dos titulares – Zizinho (com a palavra, novamente, o Carlos Molinari). 


A ficha do Jogo:

Competição: 1ª Taça do Atlântico
Data: 24 de Junho de 1956
Local: Estádio do Maracanã
Público: Não foi divulgadoÁrbitro: Frederico Lopes (Brasil) 
Seleção Brasileira: Veludo, Djalma Santos e Édson II,; Formiga, Zózimo e Hélio; Canário, Hilton Vaccari, leônidas, Zizinho e Ferreira.
Seleção Uruguaia: Macieiras, Martinez (Davoine) e Santa Maia; Andrade, Carranza e Leopardi; Abadie, Ambrois (Ramos), Miguez, Sasía e Escalada.
Gols: Zizinho e Canário
Expulsões: Miguez, Carranza, Davoine, Ramos e Escalada (Uruguai).

Na segunda partida pela Taça do Atlântico, a Argentina venceu o Uruguai por 2 x 1, em Montevideo. Na terceira partida, Argentina e Brasil ficaram no 0 x 0, em Buenos Aires. Brasil e Argentina terminaram empatados com 3 pontos ganhos (naquela época a vitória valia somente 2 pontos), mas no saldo de gol o Brasil levou o título da Taça.

Os craques do Bangu nessa partida:


Zózimo Alves Calazans (Zózimo)
Nascimento: 19/6/1932 / Falecimento: 21/9/1977
Primeira partida pelo Bangu: Bangu 2 x 3 Oriente (7/5/1952)
Última partida pelo Bangu: Bangu 1 x 3 Fluminense (8/12/1963)
Posição: Meia campo / zagueiro
Histórico em jogos pelo Bangu: Nas 466 partidas disputadas, com 154 vitórias, 101 empates e 110 derrotas, marcou 28 gols e foi expulso 1 vez.


Hilton Celestino Vaccari (Hilton Vaccari)
Nascimento: 25/10/1934
Primeira partida pelo Bangu: Bangu 2 x 4 Rapid Wien (31/3/1954)
Última partida pelo Bangu: Bangu 1 x 1 América (28/9/1957)
Posição: Atacante
Histórico em jogos pelo Bangu: Nas 118 partidas disputadas, com 64 vitórias, 25 empates e 29 derrotas, marcou 61 gols e foi expulso 3 vezes.


Thomaz Soares da Silva (Zizinho)
Nascimento: 14/9/1921 / Falecimento: 8/2/2002
Primeira partida pelo Bangu: Bangu 1 x 3 Flamengo (23/7/1950)
Última partida pelo Bangu: Bangu 4 x 2 CSA (3/2/1961)
Posição: Meia atacante
Histórico em jogos pelo Bangu: Nas 275 partidas disputadas, com 154 vitórias, 54 empates e 67 derrotas, marcou 123 gols e foi expulso 5 vezes.

Fontes: Bangu.NET / Brasilian National Team – All Matches / Wikipédia / Livro "Antes de ser Campeão"

Crédito das Fotos: Bangu.NET / Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos / Brasilian National Team – All Matches